sexta-feira, junho 06, 2008

ENA, TANTOS !!!








Clubes europeus unidos na defesa do F. C. Porto

A confirmação da ajuda prestada pela Associação Europeia de Clubes, inclusive através da intervenção pessoal do responsável máximo, o alemão Karl-Heinz Rummenigge, também presidente do Bayern Munique, foi dada, ao JN, pelo porta-voz da associação, o espanhol Raul Sanllehí, dos quadros do Barcelona, outro dos clubes que está, transitoriamente, à frente do organismo nascido do G-14.

"Estamos a acompanhar a situação a par e passo, desde o início, e entendemos que a decisão da UEFA não tem justificação", sublinhou Raul Sanllehí, sustentando que o objectivo é "fazer lóbi" a favor dos tricampeões nacionais. "Os factos ainda não estão provados, pois o caso não transitou em julgado", lembrou. De recordar que o aparecimento do G-14, entidade que agrupava uma boa parte dos clubes do top europeu, incluindo o F. C. Porto, se deveu, precisamente, à necessidade de afrontar a UEFA e cuidar dos interesses das equipas, em contraponto com várias das teses apresentadas pela estrutura sediada em Nyon.

O porta-voz foi bem claro. A ECA está solidária e a suspensão do F. C. Porto é um "equívoco". Anteontem, dia em que o Órgão de Controlo e Disciplina anunciou a exclusão portista da Champions, a Associação Europeia de Clubes elaborou um comunicado, não só a discordar do castigo, mas também a solicitar uma reunião com a UEFA, no sentido de esgrimir argumentos e discutir cara a cara toda esta situação. A task-force está em campo e espera obter resultados. Durante o dia de ontem, Raul Sanllehí ainda não tinha recebido uma resposta, mas mantinha a confiança que a pretensão será atendida e concretizada no decorrer da próxima semana. "Estamos a trabalhar em paralelo", salientou. Na Suíça, já se encontra Adelino Caldeira, advogado e administrador da SAD. É que ao F. C. Porto não resta outra via senão o recurso para o Comité de Apelo da UEFA, junto do qual os dragões vão tentar anular o castigo. Na sua defesa, os azuis e brancos serão auxiliados por especialistas radicados na Suíça, na área do Direito Desportivo. Seis dias é o tempo para actuar, mas tudo será tratado antes do expirar desse prazo.

Conforme o disse, na entrevista à SIC, Pinto da Costa está confiante num desfecho positivo, destacando que "a procissão ainda vai no adro", sempre "convicto de que o F. C. Porto irá à Champions". O timoneiro dos dragões acusou a FPF de ter omitido que o caso, resultante do Apito Dourado, ainda só conheceu uma decisão, da parte da Comissão Disciplinar da Liga, e que o recurso enviado para o Conselho de Justiça, cujo veredicto está por saber, pode reverter a história, se for favoravel.

F. C. Porto é membro fundador

Raul Sanllehí assegurou que o contacto com o F. C. Porto é permanente, designadamente através dos dirigentes que, por norma, marcavam presença nas reuniões do extinto G-14: Fernando Gomes, administrador da SAD, e Paiva Brandão, director-geral. A estes juntou Daniel Pereira, do gabinete jurídico do Dragão e outro dos interlocutores.

Além do Bayern Munique e do Barcelona, também Milan, Chelsea, Ajax e Lyon integram o estado maior da ECA, mantendo o F. C. Porto, a par do Real Madrid, da Juventus e do Manchester United, só para citar alguns dos mais sonantes, o estatuto de membro fundador. A assembleia geral do final da época está marcada para os próximos dias 7 e 8 de Julho e a continuidade de Rummenigge na liderança é consensual, o que diz bem do prestígio e da importância do alemão, sem dúvida um aliado de peso do F. C. Porto na batalha jurídica em curso, em solo helvético.

A ECA vai agrupar 103 clubes, oriundos das 56 associações filiadas, e Portugal, mercê do ranking da UEFA, também conta com Benfica e Sporting nas suas fileiras. No entanto, apesar do Benfica ser parte interessada neste dossiê e se estar perante um hipotético caso de conflito de interesses, pois os benfiquistas beneficiariam com a saída dos portistas da Liga dos Campeões, Raul Sanllehí esclareceu que esse problema não se coloca e o que está em causa é somente a defesa do F. C. Porto, face a uma "decisão incorrecta" da UEFA.

in JN