quinta-feira, junho 08, 2006

Como um Esterco chega a Campeão do Mundo

José Manuel Ribeiro no OJogo:


O MUNDIAL

O Mundial'2002 foi e é vítima de uma ingratidão difícil de qualificar. Já na altura fiquei com a ideia de que não lhe fora reconhecida a devida importância, mas agora nem uma poeira sobra da catástrofe que foram as arbitragens do último campeonato do Mundo e desse exemplo de organização criativa dada pelo presidente da FIFA, que já em 1998 contribuíra para a auto-estima dos portugueses ao intervir nas decisões da arbitragem de uma forma nunca vista por cá. E se nem nós o fizemos, nós que aprendemos desde pequeninos a espiar no lombo dos árbitros as nossas fustrações diárias, estão a ver como o caso foi grave. Estávamos a meio da primeira fase do Mundial.

A despeito das recomendações do comité respectivo, havia apenas uma mão cheia de amarelos nos registos, pelo que o sr. Blatter entendeu fazer uma ameaça pública aos árbitros nestes termos: ou há mais cartões ou vão embora. O critério dos juízes era tão firme e convicto que o número triplicou da primeira para a segunda metade da fase de grupos, deixando pelo caminho, para além da credibilidade dos árbitros internacionais, muito sangue inocente, que continuou a ser derramado até ao final da prova.

Laurent Blanc, capitão da selecção francesa, foi afastado da final por um vermelho saído da imaginação perversa do médio croata Asanovic, que depois assumiu ter simulado a falta.

Em ainda pior estado ficaram as escolhas da FIFA em 2002 – ou deveriam ter ficado se o planeta não sofresse de Alzheimer. A insistência em árbitros provenientes de campeonatos menores ou inexistentes, essa medida democratizante que arruma de vez o papel da competência, deu com o comediante equatoriano Byron James e o assustadiço sul-coreano Kim Young Jou.


Para mostrar aos netos fica o penálti marcado por este último a favor do Brasil, num jogo com a Turquia - o avançado Luisão estava a dois metros da área quando o tombaram - , mas a expulsão de um turco por ter atirado aos pés de Rivaldo uma bola que o brasileiro fingiu ter-lhe acertado na cara, também justifica uma referência se um dia houver prémios para estas coisas.

Episódios que não só deveriam ser recordados com ternura pelos portugueses, por serem prova de que estamos longe de ser maus exemplos, como deveriam justificar da parte do presidente da Federação uma pergunta em tom mal humorado, ao invés do silêncio compreensivo com que corroborou o insulto: não temos lá árbitros porquê?


Lembram-se desta vergonha??? Sim , o treinador era o Esterco, que mesmo com um lote de fantásticos jogadores só lá foi de empurrão dos arbitros...que grande treinador...um esterco!!!