segunda-feira, setembro 26, 2011

MEMÓRIA CURTA

E de repetente, em duas simples jornadas, passamos do discurso "temos treinador" para " o treinador não vale nada".

Aliás, havia muito gente que dizia, antes do jogo contra o Feirense, que as exibições eram superiores às do Villas Boas para a mesma altura da época. E era verdade. As pessoas é que têm memória curta.

Com todos os condicionalismos que o Vítor Pereira teve,como já foi referido, selecções, lesionados, transferências e perdendo o fantástico Falcao, ter feito o que fizemos até aqui é muito meritório.

Não vou falar de tácticas, e mexidas, etc que isso é muito fácil de falar à posteriori e também a maioria delas são como os melões. Basta ver o que diziam do Vítor Pereira até empatar com o Feirense. Era uma treinador arrojado, sem medo, uma verdadeira boa surpresa, pois mexia na equipa, jogava sem muitos jogadores fundamentais e ganhava, mas bastou um jogo menos conseguido, e já temos o Vítor Pereira que não percebe nada de táctica, fraco nas substituições e agora até já nem sabe motivar a equipa como fazia Villas Boas. O treinador passou de bestial e besta num instante.

Um exemplo pratico é o último jogo contra o Benfica. Fizemos uma primeira parte excelente, quase tão excelente como o jogo todo do 5-0 do último ano, mas as pessoas tem memória muito curta e são acima de tudo "resultadistas". E como muito bem disse o Carlos, e que lembro-me bem do José afirmar várias vezes o ano passado, a nossa primeira parte do jogo contra o Benfica foi superior às do 3-0 do ano passado. Mas que interessa isso, não é, se no fim do jogo empatámos?

O José fazia um balanço do desempenho do Villas-Boas e dizia , especialmente até Dezembro, que tínhamos 1/3 de jogos medíocres, 1/3 medianos e 1/3 de jogos bons. Mas quem se lembra disso?

O grande mérito e também sorte, como já foi referido várias vezes pelo José, é que mesmo nas exibições medíocres, mais medíocres que o jogo com o Feirense, o Villas Boas tinha a estrelinha de ganhar esses jogos e não tinha nada a ver com táctica, mexidas ou outra coisa qualquer. Além disso, tinha um avançado que mesmo quando uma bola parecia fora do alcance ou perdida , as mandava lá para dentro, coisa que este ano ainda não temos.

A pequena diferença do desempenho de Vítor Pereira para Villas-Boas está nos últimos resultados, pois fazendo tão ou melhor que Villas Boas e em piores circunstâncias não conseguiu os mesmos objectivos. Além disso, toda a gente sabe, e o Villas Boas melhor do que ninguém , que seria impossível repetir uma época como a anterior, em que tudo, TUDO, nos saiu bem. E o Vítor Pereira fazendo um bom trabalho está a levar por tabela esse histórico. Foi pena o Villas Boas não ter continuado, pois essa áurea de invencível, de que não comete erros, que todas as suas mexidas resultam para melhor (como se não soubéssemos que o adjunto de então tinha uma importância também nessas decisões) que ganha jogos mesmo jogando muito mal, iria dissipar-se.

Da minha parte, só me resta dizer, que confio totalmente no Vítor Pereira, acho que está a fazer um bom trabalho, mas não vai ter vida fácil, pois as pessoas têm memória muito curta e são bem capazes de lhe fazer a vida negra e atribuir-lhe culpas, de que é o último responsável.

Mas como em tudo, e espero que no FC Porto essa prática se mantenha, os julgamentos fazem-se no fim da época.