segunda-feira, maio 10, 2004

GRANDE SECRETÁRIO

Em Agosto de 1993, no defunto Estádio das Antas, entra pela primeira vez um moço de 23 anos, oriundo do Sporting de Braga. A casa não lhe era estranha. Já jogara ali de dragão ao peito, nos juniores. Ontem, quase 11 anos depois, Carlos Secretário fez o último jogo com as cores do F.C. Porto. Para trás, fica uma carreira recheada da muitos êxitos, incluindo seis títulos de campeão nacional.

Prestes a completar 34 anos, Carlos Secretário arrumou as chuteiras. No início da época, recusou um convite do Derby County, para concluir a carreira como pretendia: ao serviço do F.C. Porto.

Foi Tomislav Ivic quem o lançou, logo na primeira época que chegou às Antas, em 93/94, mas foi com Bobby Robson já no comando da equipa que contribuiu para excelente campanha do F.C. Porto na Liga dos Campeões (derrota e eliminação nas meias-finais, em Barcelona). Foi ele quem herdou o posto de defesa direito de João Pinto. A herança tinha muito peso, mas Secretário depressa se impôs como um dos melhores laterais europeus. Tanto assim que Capello o levou para Madrid (1996/97), uma experiência negativa.

Um ano depois regressou a casa, a tempo de ganhar mais títulos e de voltar à selecção, no Euro 2000. Ontem, a devida homenagem. E ele retribuiu, em campo, com a habitual entrega e, até, um daqueles cruzamentos de autor... Deu uma camisola a Reinaldo Teles. E outra a Mourinho. Antes do intervalo, lá saiu, aos ombros dos colegas e de Mourinho e com as lágrimas a correrem-lhe pelo rosto. Foi a maior ovação da tarde, com dedicatória especial dos SuperDragões.